sábado, 13 de julho de 2019

Sobre o PT

Qual a distância entre a verdade dos fatos, e o que ouvimos pela imprensa como sendo a verdade dos fatos?
Por conta dessa dependência da informação jornalística, as vezes me parece fantasioso procurar entender os processos políticos e tentar a partir deles, elaborar ideias baseadas na lógica elementar:  a sensação é de que se constrói uma estrutura lógica que faça sentido, muito  mais do que uma representação possível da verdade.
Mas, para poder desenvolver elaborações intelectuais de uma possível representação da verdade, admitamos que as interpretações da realidade produzidas pela imprensa sejam verdadeiras.
Levando em conta, portanto, o que temos lido nas publicações de jornalistas políticos e econômicos, o PT perdeu de 7x1, com olé, para a direita, e com isso leva toda a esquerda para o mesmo fosso.
O partido, PT, teria cometido, a partir dos 85% de aprovação do governo Lula, em 2012, todos os erros possíveis, na defesa, no meio de campo, no ataque, nos desempenhos individuais, coletivos, táticos, técnicos.
Destruiu relações históricas com apoiadores, ignorou princípios econômicos fundamentais, ignorou o surgimento de questionamentos na sociedade, apostou primariamente em uma força política que já não tinha mais.
Porém, não foram só as besteiras elementares que provocaram sua decadência política.
Nestes anos de glória, quando obteve sucessos importantes, após mudar postura histórica de fiscal moral da república (e optar por ser protagonista, e não mais apenas vestal no cenário político), em essência não produziu alterações no modelo de gestão do Estado, compatíveis com a filosofia social democrata.
A pirâmide da distribuição de renda é a mesma de sempre da nossa história, o país tem mais de 60.000 assassinatos por ano, de cada 100,00 que se gasta com educação, apenas 13% chega na sala de aula.
Desempenhou o papel típico de governantes populistas, negociando apoios e aceitando estruturalmente a corrupção como estratégias de governo.
Nem pensar em autocrítica!
E principalmente, transferiu para os partidos de direita, o papel de moralizador.
E a esquerda tem que admitir que o PT parecia ter um projeto de poder, não um projeto ideológico social democrata.