segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

VERBETE DA VIDA

Minha mãe.

Forte, decidida, generosa, lutadora, as vezes emocional demais.
Segurou tanta barra na vida.
Papai doente desde cedo, meu tio que morava conosco e era um imenso problema. Embriagado sempre. A chegada das noites eram desesperadoras, porque ele chegaria bêbado e colocava toda a casa tensa. Foram anos assim. Acho que toda adolescência.

Mamãe se justificava dizendo que havia prometido para minha avó cuidar dos filhos desse tio.
E junte-se a isso os custos.
Os únicos valores significativos da renda familiar eram os dela, minha mãe, do meu irmão e o meu.
Eu ganhava muito bem pela minha idade.

O sonho do meu pai era separarmos as casas.
Minha mãe e meu pai e eu e meu irmão irmos para um lugar e deixar meu tio com meus dois primos se virarem.
Porém, para ela isso era inadmissível.

E era um saco viver assim.

Isso só se resolveu depois que meu pai morreu, e eu aluguei em meu nome, um apartamento para meu tio e meu primo morarem. Minha prima já havia se casado.

Nessa mesma época, eu usei indenização do Banco Bandeirantes, e dei entrada na casa que comprei para ela.

Ai a vida correu melhor, tirando ter que pagar os aluguéis da dupla tio e primo, que não eram pagos.

Mas, passados anos, e cobrindo os furos financeiros do tio e do Jaiminho, meu primo maluco, me tio Jayme procurou ajuda e parou de beber. E foi durante anos a pessoa que me ajudou a cuidar da minha mãe.

Nessa época, eu alugava uma casa para o primo maluco e comprei um terreno, e ajudei a construir uma casa.

Deram muito trabalho os caras.