quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

VERBETE DA VIDA

No dia que defendi a dissertação de mestrado, e tirei 10, a maior nota da Universidade, voltei de carona até o começo da avenida Paulista, e resolvi caminhar por ela inteirinha até chegar na 23 de Maio e tomar o ônibus para o Campo Belo onde eu morava, na Constantino de Souza.
Foi legal caminhar e pensar na vida.
Eu que nunca cuidei bem da minha vida acadêmica era Mestre em Gestão.
Acho que meu pouco caso pela universidade aconteceu porque quando não consegui entrar na faculdade mais difícil do país, fiquei sem vontade de tentar outra.
Embora tenha começado Economia, Matemática, Química, nunca deu muita vontade de seguir.
Curiosamente, medicina não seria o que eu mais gostaria de fazer.
Eu não tinha informações de cursos que eu poderia gostar.
Porém, medicina representava ciência pra mim. Representava estudar muito, pesquisar, viajar o mundo, essas coisas todas.
Entrei no Banespa para poder trabalhar de madrugada e tentar estudar na Pinheiros.
Meu salário era fundamental para minha casa. Eu pagava as prestações da casa que comprei para  minha mãe, e se eu não pagasse não teria alternativa.
Mas consegui colocar meu plano em ação e passei no concurso do Banespa e consegui trabalhar de madrugada.
Cheguei a prestar vestibular para medicina e entrei na USP do interior.
Mas não consegui organizar a vida para continuar arrimo de família e mudar de cidade e trabalhar de madrugada. Fiquei com saco cheio e fui fazer engenharia química.